quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Minivoleibol no Brasil

1° SIMPÓSIO MUNDIAL
Global Minivolleyball Symposium–FIVB
O Simpósio foi realizado na cidade de Ronneby, ao Sul da Suécia, em julho de 1975, durante seis dias. Teve o apoio da Federação Sueca de Voleibol e contou com considerável número de participantes, entre eles, dois brasileiros: o professor Roberto Pimentel e Walderbi Romani, ex-técnico da seleção brasileira e do Paulistano (SP). Tive os custos da viagem patrocinados pelo SESI – Departamento Nacional, à época de Otto Reis e Silva na chefia do programa de iniciação daquela entidade, enquanto que Walderbi representou a CBV como integrante do Conselho de Treinadores. Na programação apresentada pela FIVB e sueca constavam vários temas a serem debatidos e algumas atividades práticas. Após o retorno, o SESI-Nacional fez proposta de convênio com a CBV no sentido de realizarem conjuntamente estudos e programações pertinentes. Foi criada uma comissão de professores do SESI de Santo André (SP), do qual faziam parte o próprio Walderbi e entre outros, José Brunoro. Pelo SESI Nacional, o professor Roberto Pimentel. Esta Comissão realizou um estudo contendo várias sugestões encaminhadas à CBV. De prático, resultou no lançamento “oficial” do mini voleibol para o País no congresso técnico do campeonato brasileiro masculino, em Florianópolis, em 1976. A CBV, através do então diretor-técnico, Ary da Silva Graça Filho, propôs o nome do Sr. Heckel Raposo para presidir a futura Comissão de Minivoleibol que se formaria a seguir. Contudo, alguns impasses de ordem política foram colocados pelo grupo paulista, o que resultou no malogro de todo o trabalho. O SESI Nacional, através de seu representante Roberto Pimentel, retirou-se do convênio e encerrou sua participação, tendo dado continuidade à difusão do minivoleibol por sua própria conta e risco, através dos Cursos de Iniciação que programava duas vezes ao ano em suas sedes Regionais, especialmente no Nordeste.
Gênesis
O SESI – Serviço Social da Indústria foi criado em 25 de junho de 1946 por decreto-lei, sendo presidente da República, o general Eurico Gaspar Dutra (CRONOLOGIA, “Nosso Século” volume 1945/1960). O sistema S, formado pelo Sesc, Senac, Sesi, Senai, Senar e Sebrae, recolhe cerca de R$2 bilhões/ano (exercício de 2000) e é mantido pelos empregadores com contribuição oriunda da folha de pagamentos. Presta relevantes serviços sociais e educacionais aos assalariados e aos próprios empresários. E, conseqüentemente, ao País.
O Sesi, Departamento Nacional, cuja sede era no Rio de Janeiro e tendo à frente um cearense – Thomas Pompeu – e, na sua coordenação esportiva o Coronel da Aeronáutica Otto Reis e Silva, criou e incentivou o esporte nacional durante algum tempo, com investimentos significativos na iniciação esportiva. Em janeiro de 1974, fui convidado a fazer parte da equipe de professores (terceirizados) no Rio de Janeiro, que auxiliavam na promoção dos cursos de iniciação e atualização em diferentes Centros Esportivos da entidade. Mais especialmente, no Nordeste. Nesta minha primeira e inesquecível experiência tive a ajuda e participação inesperada de um colega de universidade, Petrúcio, excelente professor de judô. O destino era o Centro do Ibura, nos arredores do aeroporto de Guararapes, em Recife (PE). Sabedor de minha especialidade presenteou-me antes mesmo do embarque com um pequeno recorte de revista, rasgado, que informava ao leitor sobre uma forma de aproveitamento de espaço para o ensino do voleibol para iniciantes: “vôlei em campo pequeno”. O recorte não tinha mais do que dois períodos de texto, mas um providencial croqui sobre aquela forma de dispor os campos num ginásio ou espaço equivalente. Na viagem, já fui matutando como poderia dispor os alunos e construir uma metodologia pertinente para os professores que fariam o curso de monitores. O Centro estava em obras, não tendo sido ainda inaugurado. Isto contribuiu para que, junto com o gerente, pudesse esquematizar como construir os postes removíveis que bolara para a confecção das pequenas quadras de jogo. Aproveitamos tubos de PVC e construímos as bases com discos (30cm) de concreto. Os postes não receberiam redes, mas sim cordas: furâ-mo-los a 2,5m de altura, e uma única corda foi perpassada, do primeiro ao último, compondo várias miniquadras, no sentido longitudinal de uma quadra (de tabela à tabela). A marcação improvisada com giz ou carvão deu o toque final às medidas dos campos de jogo. Metodologia e pedagogia foram produzidas em curtíssimo espaço de tempo, ou simultaneamente às aulas, de acordo com a imaginação. “Fiz-me criança e dei vazão à criação”. Quando do retorno, descobri na biblioteca do Sesi artigo elucidativo daquele que considerei “guru” e orientador neste trabalho precursor, o alemão Gerard Dürwächter, com quem me encontraria um ano depois, na Suécia.
Empolgado pelas aulas e receptividade das crianças, aprofundei-me em leituras, tendo desenvolvido, então, um curso didático para professores, estabelecendo métodos e caminhos a perseguir na iniciação do vôlei, dando-lhe característica diversa à que estávamos acostumados nas escolas de Educação Física e mesmo nos clubes. Além de ocuparmos mais alunos por classe, as aulas passaram a ser muito mais dinâmicas, alegres e ruidosas, despertando a atenção e atraindo mais adeptos para o esporte. Realizei no mesmo ano, em julho, ainda no Ibura, um segundo curso, com outros professores, consolidando o método. Produzi todo o planejamento e material didático em diapositivos permitindo maior criatividade nas aulas e demonstração do método por toda a equipe do Sesi simultaneamente em outros Centros. No início de dezembro, ainda em 74, realizei um curso (3 dias) de atualização para professores do Sesi de Santo André (SP), onde se destacavam como alunos, Walderbi Romani e José Carlos Brunoro, ambos professores do Sesi. Este último viria a ser também técnico da seleção, da Pirelli e, hoje, consagrado empresário esportivo.
Quer saber mais? Envie seu comentário...



















Nenhum comentário:

Postar um comentário